LEI Nº 12.605, de 03/4/2012


LEI Nº 12.605, de 03/4/2012

GENTE,   PENSEI ATÉ QUE FOSSE UMA PIADA…..MAS É A PURA VERDADE!!!!!!!
E O LATIM, COMO FICA? QUE DEU ORIGEM AO NOSSO IDIOMA?
E AS MEDIDAS E LEIS VÃO PASSANDO E O POVO TENDO QUE ACEITAR, SEM FORÇA NENHUMA PARA VETAR!!!
Agora é oficial! Não sei se choro ou rolo de rir….pois vou ter que ir ao ao geriatro que,  pirado com o nome,
vai indicar um fisioterapeuto  ou um massagisto. O psiquiatro  vai dar um nó no juízo lidando com  uma  atendenta  ou um recepcionisto. O que vão pensar os juristos,  suas assistentas e seus assistentos dessa lei? Assim essa lei mata o português.
    LEI FEDERAL DETERMINA EMPREGO OBRIGATÓRIO DA FLEXÃO DE GÊNERO PARA NOMEAR PROFISSÃO OU GRAU DE DIPLOMA

        Leia no final desta mensagem o texto integral da Lei nº 12.605, de 03 de abril de 2012, sancionada pela (agora Presidenta – e não Presidente)

A partir de 03 de abril de 2012 acabou a moleza. Quem relutava, se negava ou criticava o pedido meigo de Dilma ser tratada como presidentA, pode prepare-se para não ser pego fora da lei. No último dia 3 de Abril, a presidentA sancionou a Lei 12.605/12. Pra quem ainda duvida, está lá no site da PresidentA. A lei determina a obrigação da flexão de gênero em profissões. Ou seja, agora é presidentA, gerentA, pilotA, etc…

Vou aproveitar para exigir que eu seja tratado a partir de agora como jornalistO, dentistO, motoristO, etc..

Só no Brasil………………….

Pergunto se alguém sabe se senador, deputado e vereador continuam como vigaristA ou muda pra vigaristO?

P.S.:  HOJE EU VOU AO OCULISTO, DEPOIS DE PASSAR NO DENTISTO, E VOU COM UM MOTORISTO QUE JÁ FOI UM MAQUINISTO,

Desculpem, mas depois dessa, não resisti ser um humoristO.

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 12.605, DE 3 DE ABRIL DE 2012.

Determina o emprego obrigatório da flexão de gênero para nomear profissão ou grau em diplomas.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o  As instituições de ensino públicas e privadas expedirão diplomas e certificados com a flexão de gênero correspondente ao sexo da pessoa diplomada, ao designar a profissão e o grau obtido.

Art. 2o  As pessoas já diplomadas poderão requerer das instituições referidas no art. 1oa reemissão gratuita dos diplomas, com a devida correção, segundo regulamento do respectivo sistema de ensino.

Art. 3o  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília,  3  de  abril  de 2012; 191o da Independência e 124o da República.

DILMA ROUSSEFF Aloizio Mercadante Eleonora Menicucci de Oliveira

Este texto não substitui o publicado no DOU de 4.4.2012

Se escola fosse estádio e educação fosse Copa, por Jorge Portugal


Se escola fosse estádio e educação fosse Copa, por Jorge Portugal

Passei, nesses últimos dias, meu olhar pelo noticiário nacional e não dá outra: copa do mundo, construção de estádios, ampliação de aeroportos, modernização dos meios de transportes, um frenesi em torno do tema que domina mentes e corações de dez entre dez brasileiros.
Há semanas, o todo-poderoso do futebol mundial ousou desconfiar de nossa capacidade de entregar o “circo da copa” em tempo hábil para a realização do evento, e deve ter recebido pancada de todos os lados pois, imediatamente, retratou-se e até elogiou publicamente o ritmo das obras.
Fiquei pensando: já imaginaram se um terço desse vigor cívico-esportivo fosse canalizado para melhorar nosso ensino público? É… pois se todo mundo acha que reside aí nossa falha fundamental, nosso pecado social de fundo, que compromete todo o futuro e a própria sustentabilidade de nossa condição de BRIC, por que não um esforço nacional pela educação pública de qualidade igual ao que despendemos para preparar a Copa do Mundo?
E olhe que nem precisaria ser tanto! Lembrei-me, incontinenti, que o educador Cristovam Buarque, ex-ministro da Educação e hoje senador da República, encaminhou ao Senado dois projetos com o condão de fazer as coisas nessa área ganharem velocidade de lebre: um deles prevê simplesmente a federalização do ensino público, ou seja, nosso ensino básico passaria a ser responsabilidade da União, com professores, coordenadores e corpo administrativo tendo seus planos de carreira e recebendo salários compatíveis com os de funcionários do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal. Que tal? Não é valorizar essa classe estratégica ao nosso crescimento o desejo de todos que amamos o Brasil? O projeto está lá… parado, quieto, na gaveta de algum relator.
O outro projeto, do mesmo Cristovam, é uma verdadeira “bomba do bem”. Leiam com atenção: ele, o projeto, prevê que “daqui a sete anos, todos os detentores de cargo público, do vereador ao presidente da República serão obrigados a matricular seus filhos na rede pública de ensino”. E então? Já imaginaram o esforço que deputados (estaduais e federais), senadores e governadores não fariam para melhorar nossas escolas, sabendo que seus filhos, netos, iriam estudar nelas daqui a sete anos? Pois bem, esse projeto está adormecido na gaveta do senador Antônio Carlos Valladares, de Sergipe, seu relator. E não anda. E ninguém sabe dele.

Desafio ao leitor: você é capaz de, daí do seu conforto, concordando com os projetos, pegar o seu computador e passar um e-mail para o senador Valadares (antoniocarlosvaladares@senador.gov.br) pedindo que ele desengavete essa “bomba do bem”? É um ato cívico simples. Pela educação. Porque pela Copa já estamos fazendo muito mais.

Jorge Portugal é educador, poeta e apresentador de TV. Idealizou e apresenta o programa “Tô Sabendo”, da TV Brasil.
Fonte: Terra Magazine
Tags: por Jorge Portugal, Se escola fosse estádio e educação fosse Copa

BURRO, PORÉM FELIZ


BURRO, PORÉM FELIZ
Hugo Leal
hugoleal@mayte.us

Senhores psicopatas, agora é no mata-mata: sem medo de ser feliz, aprendiz sem professores que compreende os fulgores de ser pateta e fugaz, um completo incompetente, desanimado e sem gás.

Pelo fato de ser burro, empurro meio no murro os valores que a vida traz, mandando que Dom Casmurro enfie todos atrás, brincando com os horrores daquilo que o tempo faz.

No campo dos meus humores, todos os seres são atores gerados por Satanás, um velho cheio de dores, preocupado com rumores, tumores de cor lilás – algumas vezes sem cores -, causadores de tremores e enormes dissabores aos milhões de seguidores do famoso Barrabás, ladrão sem muitos pudores, brindado pelos favores de vinte governadores, insignes predadores do time dos marajás.

Não há mais chance pro mundo, tudo está em caos profundo, onde só um vagabundo consegue se harmonizar.
Foi o que disse Raimundo, iracundo e furibundo, para explicar o que há com um povo moribundo que se recusa a lutar, se borra todo de medo mas não pára de berrar que aqui só tem bandido, que está tudo perdido, vendido e corrompido dos pampas ao Amapá, com piratas diplomados, de alvará e crachá, ocupando cada Estado, comendo todo o fubá, deixando quem não tem posse com uma fome danada, sem direito mesmo a nada, nem um osso pra chupar.

Até vacina de gripe temos que verificar, pois pode ser que na equipe haja alguém que, pra lucrar, falsifique a assinatura ou aumente na fatura o preço que vai pagar ou compre um mau remédio para que venha custar um preço bem irrisório, difícil de acreditar, guardando no próprio bolso o dinheiro que ficar, sem se lixar com o que isso possa vir a provocar caso alguém se constipe depois de se vacinar e a coisa então complique na hora de se tratar porque o doutor deu um aplique no plantão hospitalar já que tinha um piquenique e não queria faltar, porque iria gente chique, que podia lhe pagar o preço de uma consulta, no caso particular.

Escola então nem lhes digo, é impossível falar sem mencionar o perigo que está pairando no ar, passando quem nada sabe somente pra maquiar a estatística do MEC, especialista em sonhar, fazendo salamaleque sem educar o moleque, só vendo o tempo rolar, colocando o pobre em xeque, impedido de pensar, uma mentira gigante que um dia vai desmontar, tal e qual um calhambeque que de há muito está sem breque e que o cara de pileque não consegue controlar.

E olha eu novamente, neste planeta doente, de mente e corpo presente na confusão dos dementes, malucos, impertinentes e deficientes morais.

Igualzinho antigamente, quando o Novo Continente era um delírio e meu pai, imigrante da Lemúria, vivia em grande penúria, como membro da Centúria e depois seu capataz.

Mas nunca gemeu lamúrias nem jamais o vi em fúria apesar de ser um homem extremamente capaz, porém não reconhecido, o que acho imerecido, por ele saber demais.

Uma história que agora se repete, infelizmente, não com meu pai de hoje, mas com o pai de muita gente.

Fazer o que? Sigo em frente, persistente, afinal não sou gambá pra fugir de Itajubá quando a coisa fica quente.

Isso é o que é já. Amanhã ainda não veio. Poderá ser diferente se eu não pisar no freio, sem pisar feio na jaca e sem ninguém entrar no meio.

Se não der, tento de novo. Se um dia é do ovo… Bom, o outro é da galinha. E o jacu que comeu pedra bem sabia o cu que tinha.

Hugo Leal(hugoleal@mayte.us)

Extrato de soja pode ser eficiente no tratamento pós-infarto


Pesquisa
Extrato de soja pode ser eficiente no tratamento pós-infarto

Alimento fez células danificadas pelo ataque cardíaco voltarem a funcionarJones Rossi O cirurgião cardíaco Luiz César Guarita durante a pesquisa: extrato de soja provou ser benéfico no tratamento do infarto do miocárdio (João Borges/Divulgação)
A soja sempre foi considerada uma protetora do coração. Entre os benefícios do alimento está a capacidade de reduzir gorduras prejudiciais e o colesterol, evitando problemas coronários. Uma pesquisa inédita da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) mostra que a soja pode ter efeitos não apenas preventivos, mas que também pode ser usada para tratar problemas cardíacos.
O estudo, que teve como base a tese de doutorado da nutricionista e professora da PUC-PR Ana Cristina Miguez, demonstrou que a ingestão de extrato de soja nos dias posteriores ao infarto do miocárdio faz com que as células do coração danificadas voltem a funcionar, aumentando a capacidade cardíaca em até 30%.
“As substâncias presentes no alimento aumentaram a oxigenação dos cardiomiócitos (células musculares do coração)”, afirma o cirurgião cardíaco Luiz César Guarita Souza, professor adjunto da pós-graduação da PUC-PR e orientador da tese. Os cardiomiócitos necessitam ser irrigados pelo sangue constantemente – caso contrário morrem, originando um infarto do miocárdio. Ou seja, uma parte do coração deixa de funcionar.
Na pesquisa, foram induzidos ataques cardíacos em ratos. Uma semana após o infarto, todos passaram por um ecocardiograma. Apenas os mais debilitados seguiram no estudo. No total, 41 ratos foram divididos em três grupos: 15 passaram a receber extrato de soja, 12 foram alimentados com isoflavona (uma substância presente na soja, mas que no estudo foi administrada isoladamente, por uma sonda), e 14 receberam ração comum.
Depois de 25 dias, foram submetidos a uma nova ecografia do coração. Enquanto a condição cardíaca piorou nos grupos alimentados com ração comum e isoflavona, houve uma melhora de 15% nos ratos alimentados com extrato de soja. “Pode-se considerar uma melhora de 30%, já que sem o extrato eles piorariam”, afirma Souza.
Ainda é cedo, dizem os pesquisadores, para afirmar que o extrato de soja terá o mesmo efeito em humanos. Mas o próximo passo do estudo, que será avaliado internacionalmente após sua publicação no Journal of Nutritional Biochemistry, um dos principais periódicos sobre nutrição do mundo, será passar para o estágio clínico. “Vamos encaminhar um pedido à CONEP (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) ligada ao Conselho Nacional de Saúde”, diz Souza. Se for aprovado, poderá ser testado em pacientes com problemas cardíacos.
Segundo Ana Miguez, também será realizado um novo estudo para medir a capacidade do extrato de soja de melhorar a recuperação pós-infarto sendo administrada preventivamente
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Livros pra “inguinorante”


Livros pra “inguinorante”

Carlos Eduardo Novaes
Confeço qui to morrendo de enveja da fessora Heloisa Ramos que escrevinhou um livro cheio de erros de Português e vendeu485 mil ezemplares para o Minestério da Educassão. Eu dou um duro danado para não tropesssar na Gramática e nunca tive nenhum dos meus 42 livros compradospelo Pograma Naçional do Livro Didáctico. Vai ver que é por isso: escrevo para quem sabe Portugues! A fessora se ex-plica dizendo que previlegiou a linguagem horal sobre a escrevida. Só qui no meu modexto entender a linguajem horal é para sair pela boca e não para ser botada no papel. A palavra impreça deve obedecer o que manda a Gramática. Ou então a nossa língua vai virar um vale-tudo sem normas nem regras e agente nem precisamos ir a escola para aprender Português.
A fessora dice também que escreveu desse jeito para subestituir a nossão de “certo e errado” pela de “adequado e inadequado”. Vai ver que quis livrar a cara do Lula que agora vive dando palestas e fala muita coisa inadequada. Só que a Gramatica
eziste para encinar agente como falar e escrever corretamente no idioma portugues. A Gramática é uma espéce de Constituissão do edioma pátrio e para ela não existe essa coisa de adequado e inadequado. Ou você segue direitinho a Constituição ou você está fora da lei – como se diz? – magna.
Diante do pobrema um acessor do Minestério declarou que “o ministro Fernando Adade não faz análise dos livros didáticos”. E quem pediu a ele pra fazer?  Ele é um homem muito ocupado, mas deve ter alguém que fassa por ele e esse alguém com certesa só conhece a linguajem horal. O asceçor afirmou ainda que o Minestério não é dono da Verdade e o ministro seria um tirano se
disseçe o que está certo e o que está errado. Que arjumento absurdo! Ele não tem que dizer nada. Tem é que ficar caladinho por causa que quem dis o que está certo é a Gramática. Até segunda ordem a Gramática é que é a dona da verdade e o Minestério que é da Educassão deve ser o primeiro a respeitar.

‘Fracasso escolar é o fracasso do sistema educacional’, diz especialista


‘Fracasso escolar é o fracasso do sistema educacional’, diz especialista
Pesquisa aponta que só 25% saem da escola sabendo ler e escrever.
Psicopedagoga Nadia Bossa participa de grupo de atendimento no HC.

Paulo Guilherme
Do G1, em São Paulo

A psicopedagoga Nadia Aparecida Bossa fez estudos com estudantes da rede pública de SãoPaulo
(Foto: Divulgação)

‘Doutora, meu filho vai à escola todo dia, mas ele não consegue aprender nada!’ Ouvir queixas como essa faz parte da rotina do grupo de grupo de pesquisa de neuropsicologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo onde trabalha a psicopedagoga Nadia Aparecida Bossa. Ela recebe diariamente crianças e adolescentes encaminhados por escolas da rede pública com dificuldades de aprendizagem. Famílias de baixa renda levam os estudantes que não conseguem ler, escrever ou fazer as quatro operações matemáticas para que os especialistas consigam descobrir o que está atrapalhando o desenvolvimento cognitivo do aluno. “A demanda é muito grande”, diz a especialista.

A dificuldade em aprendizagem muitas vezes vai além dos problemas da criança. O fracasso escolar, na avaliação da doutora Nadia, é o fracasso do próprio sistema de ensino. Com mestrado em psicologia da Educação pela PUC de São Paulo e doutorado em psicologia e educação pela USP, a psicopedagoga coordenou uma pesquisa feita durante cinco anos nas escolas públicas de São Paulo. O grupo de pesquisadores buscava saber as causas da dificuldade de aprendizado escolar para estabelecer prioridades de mudanças na política educacional. O estudo revelou que de cada quatro alunos que concluem o ensino fundamental, três saem do ensino fundamental sem saber ler, escrever e fazer as quatro operações matemáticas (adição, subtração, divisão e multiplicação).

Nadia Bossa vai apresentar na 18ª Educar, o congresso internacional de educação, aberto nesta quarta-feira (18), no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, alguns resultados de sua pesquisa em uma palestra sobre o fracasso escolar.

Em entrevista ao G1, ela diz que os problemas de aprendizagem revelam uma “infecção” no sistema educacional que, como tal, precisa ser tratado.

O que a neurociência nos ensina sobre o aprendizado?O ensino funamental acontece numa fase da vida da criança que biologicamente temos todas as possibilidades de aprendizado. Uma vez superada esta idade tudo o que se construir não terá o efeito na constituição cerebral. Estamos perdendo o melhor momento do desenvolvimento da criança, que é dos 4 aos 14 anos. Se isso não acontece na idade adequada, estamos limitando a inteligência do povo. Se não usarmos os nossos neurônios nas atividades requeridas pelas atividades acadêmicas estas ligações não vão acontecer, e na vida adulta vamos ter de conviver com uma população com capacidade de raciocínio limitada.

Como qualificar um fracasso escolar?A autonomia intelectual que a escola deveria garantir ao aluno não existe. A gente observa que os alunos concluem ensino fundamental e médio sem condições de fazer a leitura de um texto simples. Eles não compreendem as quatro operações fundamentais de forma que elas possam ser utilizadas na vida cotidiana. O que a gente aprende na escola nada mais é que a vida escrita em uma outra linguagem. Não saber interpretar este esquema de representação desvincula a escola da vida. O que se aplica na escola não se aplica na vida, o que se aprende na vida não serve para interpretar na escola. Está aí o grande fracasso. E isso piora a cada ano. Quando se eliminou a questão da reprovação, os alunos e professores não tinham mais instrumento numérico para avaliar a questão da aprendizagem, a coisa foi se agravando. Tirou-se a reprovação e não se colocou outro instrumento. Quem concluiu o ensino fundamental em grande parte sai da escola sem sequer saber ler e operar de verdade as quatro operações fundamentais. Então podemos dizer que o fracasso escolar é o fracasso do sistema educacional. É um sintoma que revela que a educação brasileira vai de mal a pior.

E de quem é a culpa pelo fracasso? Do aluno, da escola ou dos pais?Em vez de fracasso, prefiro dizer que a responsabilidade pelo sucesso de uma criança na escola é dos nossos governantes e das famílias naquilo que teriam como direito de exigir dos governantes.

Quais as principais causas para o fracasso de um aluno na escola?Um grande número de alunos que estão concluindo o ensino fundamental sem condições de ler e escrever e operar as quatro operações tiveram interferência por variáveis que vão desde a qualidade do ensino, e esta questão é a primordial, aliado à desestrutura familiar, muito mais decorrente de fatores socioeconômicos e, em uma escala menor, de problemas de saúde física, emocional. Problema emocional, cognitivo e pedagógico tudo misturado. Para um aluno ter um desempenho razoável na escola são necessários desde a alimentação saudável até ter a condição emocional e cultural para levar a escola com a devida seriedade. Temos crianças mal alimentadas, famílias desestruturadas, um tremendo equívoco da função da escola pela população. Muitas vezes nem mesmo os professores sabem qual é o objetivo e o porquê de ter determinados conhecimentos. Família e estudantes também não sabem para que serve todo aquele conteúdo. A pessoa se pergunta: “Por que preciso saber história, geografia, equação?”. São tantos outros apelos na vida, existem tantas outras coisas interessando as crianças e adolescentes, que fica difícil para escola e o conhecimento tomar um lugar de destaque na mente do jovem.

A parceria entre escolas e família é fundamental. Mas como uma escola pode ser parceira de todas as famílias de centenas de alunos?A escola deveria se aproximar mais das famílias. É preciso que alguém ensine porque os pais precisam respeitar o professor, dar a devida importância para as tarefas escolares, ensinar os filhos a terem cuidado com o patrimônio das escolas, e sobre a importância dos livros. Se os pais não sabem, eles não vão saber por que fazer e como fazer. Muitas vezes o professor diz para os pais que o filho está tendo problemas de aprendizagem. Mas os pais não sabem o que fazer. Um responsabiliza o outro. Além disso, as políticas educacionais vêm de cima para baixo sem uma base segura. Quem ocupa os cargos mais importantes politicamente na educação nunca é um educador, mas um advogado ou economista, que certamente não tem a sensibilidade, percepção e visão de um educador.

E o professor, o que pode fazer?Percebemos que muito professor não tem o devido conhecimento na área à qual ele é formado e devia ser especialista. E, para piorar, tem a questão da inclusão. Eles têm dentro de sua sala de aula os alunos de inclusão portadores de algum tipo de transtorno, que têm direito à educação. Mas o professor precisa de assistência para isso, e muitas vezes isto não acontece. E além do conteúdo didático o professor precisa tratar de temas transversais (como bullying, alimentação saudável, diversidade, violência no trânsito), que teoricamente teriam de estar preparados para isto também.

Um projeto de lei quer aumentar a carga horária escolar em mais 20%, e exigir frequência mínima de 80%. Na sua opinião isso vai melhorar a educação? O problema afinal é quantidade ou qualidade do ensino?O problema é a qualidade. É muito bom que se aumente a quantidade de horas, mas isto deveria acontecer depois de melhorar muito a qualidade do que se ensina a escola. Do que adiante mais tempo para ficar na escola sem nada aprender? O professor fica mais tempo envolvido em uma tarefa para a qual ele está preparado.

Qual seria o caminho para melhorar este quadro?A primeira coisa é fazer este alerta, conscientizar o povo usando todos os espaços para fazer um retrato verdadeiro da situação da nossa escola e identificando alguns dos maiores problemas quem sabe se consegue mudar alguma coisa. Se o fracasso escolar é um sintoma dos nossos tempos do nosso país e este sintoma, como uma febre, indica uma infecção, também indica uma doença do nosso sistema educacional que se não tratada em breve vai inviabilizar a possibilidade de crescimento do nosso país. O que se estuda sobre educação e o que se pesquisa nunca sai de dentro da universidade porque quem ocupa os postos de grandes tomadas de decisões não são os grandes estudiosos e pesquisadores

Educador critica tradição dos exames escolares no Brasil


Educador critica tradição dos exames escolares no Brasil
Especialista defende uso de avaliação que serve como diagnóstico.
Feira Educar, em São Paulo, termina neste sábado (21).
Do G1, em São Paulo

Cipriano Luckesi foi um dos participantes da
Educar (Foto: Divulgação)
O professor Cipriano Luckesi, um dos palestrantes da feira Educar 2011 que termina neste sábado (21), critica a tradição dos exames escolares no Brasil. Para ele, os exames são uma herança do século 16, e as instituições de ensino deveriam aplicar avaliações de aprendizagem, um recurso de acompanhamento e diagnóstico.

“O exame não tem por objetivo subsidiar uma construção positiva. Permite uma seleção: o aluno é aprovado ou reprovado. O resultado é definitivo”, diz Luckesi. Segundo ele, o exame não faz sentido porque o aluno não vai para a escola para a conquistar vaga, pois esta ele já conquistou.

Ainda, de acordo com Luckesi, os exames são excludentes e classificatórios, e não trazem prejuízos quando são aplicados nos lugares certos, como vestibulares e concursos públicos.

Ao contrário do exame, a avaliação, na visão do professor, ajuda a diagnosticar os pontos fortes e fracos dos alunos e desse modo direcionar o ensino.

Para haver uma mudança na forma de avaliar, Lucksei acredita que pelo menos duas questões estão em jogo: os fatores financeiros e a formação dos docentes. O educador diz que para mudar a maneira de avaliar os estudantes é necessário melhorar a infraestrutura das escolas e salário dos professores. Além disso, é necessário treinar os docentes para que eles entendam avaliação como investigação.

“É preciso avaliar a dinâmica emocional dos educadores que vão para a sala de aula. Ele foi examinado a vida inteira, e agora vai examinar seus alunos. É preciso romper este modelo pelo qual ele foi castigado”, afirma Luckesi.

18ª Educar – Feira e Congresso Internacional de Educação
Local: Centro de Exposições Imigrantes, Rod. dos Imigrantes Km 1,5 – São Paulo.
Data: até este sábado (21)
Horário: das 9h às 17h30
Ingressos: a feira é aberta ao público, os seminários requerem inscrição

Cristovam Buarque critica livros didáticos


Cristovam Buarque critica livros didáticos
Cristovam Buarque critica livros didáticos que admitem ensino com erros de gramática
Em discurso nesta segunda-feira (16) no Plenário, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) criticou livros didáticos autorizados pelo Ministério da Educação (MEC) que admitem o ensino da língua portuguesa com erros de gramática. Assim, de acordo com o senador, o Brasil vai criar duas línguas: o Português dos condomínios e dos shoppings e o Português das ruas e dos campos.
– Permitir a criação de dois idiomas é quebrar o que há de mais substancial na unidade de um povo – afirmou.
O senador criticou o argumento de que é preciso quebrar o preconceito contra aqueles que não falam bem a língua oficial e afirmou que o ideal é ensinar a todos o português correto. Para Cristovam Buarque, o povo e a elite precisam aprender a língua oficial e sem erros. O senador lembrou que nos concursos públicos e vestibulares não são aceitos os erros de gramática.
– Não se trata de sotaque, nem de vocabulário, mas de gramática. Permitir duas línguas é fortalecer o apartheid brasileiro – disse o senador.
Cristovam Buarque manifestou desaprovação com o que chamou de “criatividade brasileira em relação às políticas sociais”.Segundo o parlamentar, essa tendência vem de há muito tempo, como com a publicação da Lei do Ventre Livre no lugar da abolição completa da escravatura, ainda no século 19. Para o senador, o vale-transporte e o vale-refeição são necessários porque não há um salário digno, que seria a verdadeira
conquista do trabalhador.
O parlamentar declarou ainda que não é contrário à Bolsa Família, mas o “ideal seria que o programa não fosse necessário”. Cristovam disse também que as políticas sociais “fazem de conta” que os problemas são resolvidos.
– Tudo isso é pra não enfrentar o problema no seu âmago e na estrutura da sociedade brasileira – apontou.
Da Redação / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)