Estudo: bilinguismo melhora atenção e memória


Estudo: bilinguismo melhora atenção e memória
A Escola Canadense Maple Bear, com unidades em São Paulo, aposta no bilinguismo. Estudo aponta que bilíngues possuem melhor atenção e memória
Foto: Maple Bear/Divulgação

Estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Granada, na Espanha, indica que o bilinguismo ajuda na memória e na atenção. Segundo os pesquisadores, saber dois idiomas possui mais vantagens do que apenas a facilidade em comunicar-se.
Os professores Pedro Macizo Soria e Teresa Bajo Molina, da universidade, chegaram a essa conclusão por meio de experimentos realizados com pessoas bilíngues em espanhol e inglês – são consideradas bilíngues pessoas que possuem conhecimento alto de dois idiomas e os usam frequentemente.
Grupos de pessoas bilíngues realizaram uma série de provas, como nomear desenhos em diferentes idiomas e ler e traduzir frases, nas quais se mediu o tempo de resposta e a atividade cerebral. Os resultados mostraram que uma pessoa bilíngue ativa os dois idiomas de uma só vez, mesmo em situações em que é necessária apenas uma língua.
Para resolver o conflito entre os idiomas e para que a pessoa possa selecionar o apropriado para o momento, é necessária a atuação de um mecanismo que age na área pré frontal do cérebro que inibe o que não é o ideal para o contexto da situação, demonstrando que se pode ignorar uma informação interna.
Segundo os pesquisadores, o caso de um intérprete difere do resto, já que ele é obrigado a utilizar as duas línguas ao mesmo tempo em seu trabalho. O estudo aponta que intérpretes realizam alto esforço cognitivo, o que faz com que o cérebro aja de forma diferente do que o normal, dependendo da prática a que a pessoa se vê exposta.
O estudo finaliza apontando que uma pessoa bilíngue utiliza mecanismo de atenção muito mais vezes do que pessoas que não o são e são capazes de trabalhar melhor em situações de tomada de decisão e em situações de distração.

Dormir reforça a memória, diz estudo


Dormir reforça a memória, diz estudo
Lembrar enquanto dormimos é muito mais eficiente do que quando estamos acordados, segundo um estudo realizado pela Universidade de Basileia e publicado neste domingo pela revista Nature em sua versão na internet.
Segundo os especialistas liderados por Björn Rasch, reforçar uma lembrança enquanto dormimos pode fixá-la melhor.
No estudo, os especialistas treinaram a memória dos participantes. Eles aprenderam a relacionar um cheiro com a localização de um objeto, de modo que ao sentir o cheiro lembrariam imediatamente onde o objeto estava.
Uma vez fixada a ligação cheiro-objeto, o reforço da lembrança é praticado em alguns participantes enquanto dormiam, liberando nesse momento o cheiro em questão, e em outros, enquanto estavam acordados.
Após este experimento descobriram que as pessoas que tiveram a memória reforçada durante o sono lembravam depois com mais precisão a localização do objeto. Por outro lado, a lembrança dos participantes que tinham sido submetidos ao teste enquanto estavam acordados tinha perdido intensidade e foi mais fraca que a do outro grupo.
Para documentar melhor o descobrimento, os especialistas realizaram uma ressonância magnética nos pacientes. Assim demonstraram que as partes do cérebro ativadas enquanto usavam a lembrança eram diferentes dependendo se o sujeito estava dormindo ou não.
A descoberta pode ter implicações clínicas no campo da neurociência para o tratamento de diversos transtornos, como o estresse pós-traumático.

Nova substância pode fortalecer a memória, dizem cientistas


Nova substância pode fortalecer a memória, dizem cientistas
Durantes anos os cientistas sonharam em desenvolver um verdadeiro amplificador de memória, uma droga capaz de sintonizar o motor de busca biológico do cérebro, para que ele fosse ainda melhor em encontrar não apenas fatos recentemente aprendidos, como o menu do jantar de ontem, mas detalhes que parecem perdidos na neblina do tempo, como nomes de colegas de classe da infância.
Essa substância teria um apelo óbvio – para pessoas com risco de demência, para mencionar apenas um grupo – mas a busca tem sido muito lenta. Estimulantes como cafeína e nicotina podem afiar a memória, mas, assim como outros intensificadores, precisam ser tomados quando a informação é aprendida ou recuperada, para fazerem diferença.
Agora, pesquisadores de Israel e Nova York relatam terem sido capazes de fortalecer memórias formadas no passado, usando uma substância cerebral envolvida na fixação e manutenção da memória. A descoberta, relatada na semana passada na revista Science, é um de dois recentes estudos nos quais neurocientistas usaram moléculas ativas na formação da memória para, de fato, ‘cutucar’ o sistema e melhorar a lembrança. Ambos os estudos foram conduzidos em roedores, que oferecem um modelo bastante grosseiro para a memória humana.
“A ideia de que uma memória mais antiga possa ser fortalecida é uma descoberta animadora”, disse Jim McGaugh, neurocientista da Universidade da Califórnia, Irvine, que não esteve envolvido na pesquisa. “Mas isso também levanta a questão: como funciona? E se aplica a todas as memórias?”.
No estudo publicado na semana passada, pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciência, em Rehovot, Israel, e do Centro Médico SUNY Downstate, em Nova York, descobriram que dar aos roedores uma infusão de uma enzima conhecida por estar ativa no armazenamento de memórias acentuou fortemente a aversão deles por tomar um líquido doce. Os animais tinham aprendido, seis dias antes, que o líquido poderia deixá-los doentes.
“Seis dias é muito tempo para um roedor”, disse Todd C. Sacktor, neurocientista da SUNY Downstate e um dos autores do artigo. “Durante anos pensamos que, quando a memória entra no armazenamento de longo prazo, não podemos fazer nada com ela; ela pouco a pouco se apagaria. Mas parece que isso não é verdade”.
Os pesquisadores argumentam que a substância injetada por eles pode agir em quase qualquer memória que o cérebro tente recuperar enquanto a droga estiver ativa. “É pouco provável que essa memória, apesar de intensificada, não esteja sujeita a processos de enfraquecimento com o tempo”, afirmou, por e-mail, Yadin Dudai, do Instituto Weizmann. “Não achamos que seremos capazes de criar algo como um Funes, o famoso protagonista ficcional de Jorge Luis Borges que se lembrava para sempre de todos os detalhes com que se deparou na vida”.
Entretanto, num artigo publicado várias semanas antes, pesquisadores da Escola de Medicina Monte Sinai mostraram que poderiam fazer uma memória específica durar um bom tempo – novamente, usando uma substância cerebral envolvida no aprendizado inicial. Roedores que receberam uma injeção da substância, chamada de fator de crescimento, imediatamente depois de aprender como evitar um choque em sua jaula retiveram a memória da experiência que estava tão fresca quanto uma semana depois do primeiro dia, ou mais.”É uma substância envolvida na regulação natural da consolidação da memória, e uma injeção dela desacelera significativamente o esquecimento”, afirmou Cristina M. Alberini, neurocientista do Monte Sinai e coautora de um estudo anterior, publicado na Nature.
Transformar essas descobertas em drogas úteis já é outra questão, dizem os especialistas. Os pesquisadores ainda têm pouca noção de como essas drogas experimentais aguçam as memórias, se afetam apenas memórias específicas, ou que riscos apresentam. “Trabalho com a melhoria da memória desde 1957, e não conheço uma única droga que tenha se originado de trabalhos com animais e que mais tarde foi desenvolvida para humanos”, disse McGaugh. “É um trabalho bastante interessante; agora vamos ver aonde vai”.

Estudo diz que exercício aeróbico diminue perda de memória


Estudo diz que exercício aeróbico diminue perda de memória
Um estudo realizado por um grupo de universidades norte-americanas revelou que exercícios físicos aeróbicos podem diminuir a perda de memória em idosos e prevenir o declínio cognitivo associado ao envelhecimento.
A pesquisa, divulgada pela revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), avaliou os cérebros de 60 adultos saudáveis com idades entre 55 e 80 antes, durante e após o período de um ano de exercícios.
Os resultados apontaram que a temporada de atividade foi capaz de aumentar o tamanho do hipocampo em adultos mais velhos, levando a uma melhoria na memória espacial. Estudos anteriores apontaram que o hipocampo diminui com a idade, o que afeta a memória e aumenta o risco de demência.
De acordo com os pesquisadores, o grupo que praticou apenas exercícios de alongamento teve diminuição média de 1,40% no hipocampo esquerdo e de 1,43% no direito. Já os participantes que caminharam por 40 minutos, três vezes por semana, tiveram um aumento de em média 2,12% no volume do hipocampo esquerdo e de 1,97% no direito, além de apresentarem melhoria nas funções de memória e aumento em diversos biomarcadores associados com a saúde cerebral, como no fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF, na sigla em inglês), uma pequena molécula envolvida na memória e na aprendizagem.
Para Arthur Kramer, da Universidade de Illinois e um dos autores da pesquisa, os resultados são bastante interessantes “por indicarem que mesmo pequenas quantidades de exercícios em adultos mais velhos e sedentários podem levar a melhorias substanciais na memória e na saúde cerebral”.
Essa não é a primeira pesquisa a associar a prática de atividades físicas à melhoria da capacidade cerebral na velhice. Um estudo apresentado no final de 2010 pela Universidade de Pittsburgh apontou que pessoas que caminhavam no mínimo dez quilômetros por semana tinham metade do risco de sofrer de problemas de memória do que os que não se exercitavam